Em setembro de 2016, lancei o meu primeiro livro acadêmico “A Violência do Sexual e o Impacto da Pulsão de Morte” pela Editora Appris.
O livro aborda a teoria da sexualidade na obra freudiana, o conceito de pulsão sexual e sua dimensão hostil, desestabilizadora e desorganizadora para o ego e a vida psíquica.
É trabalhado o estatuto dessa pulsão após a introdução de outro conceito fundamental no pensamento de Freud: a pulsão de morte.
Sinopse:
Com a conceituação da pulsão sexual, Freud inaugura uma concepção original e ampliada da sexualidade humana. Do final do século XIX até meados do século XX, através de sua extensa produção clínico-teórica, ele estabeleceu uma nova plataforma de trabalho e pesquisa. Desde então, a psicanálise constitui um polo gerador de inúmeras indagações, contribuindo incessantemente para a estruturação de novos saberes. A pulsão sexual, diferentemente do instinto sexual, não se limita às atividades repertoriadas da sexualidade biológica, mas constitui o fator primordial que impulsiona toda a série de manifestações psíquicas, estando, portanto, no fundamento do aparelho psíquico e de seu funcionamento. Ao se tornarem excitações psíquicas, as excitações sexuais somáticas estão acompanhadas de equivalentes simbólicos e fantasias subjacentes. Assim, através da sexualidade, Freud encontra a via mestra para tematizar o mundo representativo e, consequentemente, as disfunções que acontecem nesse mundo. O principal objetivo deste trabalho é então problematizar a noção de sexualidade na obra freudiana, explorando os fatores implicados em sua gênese e seu desenvolvimento. A significação e os problemas trazidos pelo conceito de pulsão sexual são pontos norteadores de nosso estudo. Considerada força constitutiva do psiquismo, a pulsão sexual foi explorada a partir de diferentes perspectivas. As determinações e implicações desses remanejamentos colocam dificuldades teóricas na questão do sexual e de sua relação com a alteridade. O último dualismo pulsional proposto por Freud, entre Eros e pulsão de morte, trouxe inúmeras interrogações, tornando-se um dos pontos mais controversos de todo o seu percurso. A libido, energia da pulsão sexual, incorporada ao conjunto das pulsões de vida (Eros), teria a função de tornar a pulsão de morte inofensiva. Diante dessa perspectiva, a sexualidade, no final da teoria freudiana, assume papel diferente da força impetuosa, eminentemente perturbadora, que havia sido atribuída à pulsão sexual nos primeiros esboços da teoria das pulsões. Baseando-nos em Jean Laplanche e André Green, discutimos como conciliar na obra freudiana os aspectos violentos e disruptivos da sexualidade humana com a dimensão de ligação inerente a Eros.